Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estação lusitana-romana dos Casais Velhos ou conjunto de ruínas dos Casais Velhos
Designação
DesignaçãoEstação lusitana-romana dos Casais Velhos ou conjunto de ruínas dos Casais Velhos
Outras Designações / PesquisasRuínas dos Casais Velhos / Estação lusitano-romana dos Casais Velhos / Ruínas dos Casais Velhos, no Lugar de Areias (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Estação Arqueológica
TipologiaEstação Arqueológica
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
LATITUDE LONGITUDE
39-9
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação Actual
Categoria de Protecção
CronologiaDecreto n.º 29/84, DR, I Série, n.º 145, de 25-06-1984 (ver Decreto)
Edital de 13-02-1975 da CM de Cascais
Despacho de homologação de 30-06-1978 do Secretário de Estado da Cultura
Novo parecer de 30-06-1978 da COISPCN
Despacho de homologação de 29-02-1976 do Secretário de Estado dos Assuntos Culturais e Investigação Científica
Novo parecer favorável de 6-10-1975 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE
Despacho de homologação de 3-10-1974 do Secretário de Estado dos Assuntos Culturais e Investigação Científica
Parecer favorável de 12-07-1974 da 1.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE
Proposta de classificação de 31-01-1974 do delegado da JNE no concelho de Cascais
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO actual município de Cascais tem proporcionado aos investigadores na área inúmeros testemunhos arqueológicos reveladores da presença de uma actuante ocupação humana ao longo de vários milénios. Terá sido, no entanto, durante o período romano que o seu território foi mais explorado, como parecem atestar os vários exemplares industriais identificados até ao momento, a par das uillas que, nalguns casos, se têm revelado fundamentais para um melhor entendimento da sua orgânica, sobretudo quando comparadas aos restantes modelos entretanto escavados em solo português. Evidência esta, que poderá ser facilmente explicada quando analisada à luz da relativa proximidade que manteriam com a grande urbe de Olisipo.
Localizada num outeiro sobranceiro às dunas do Guincho, envolta em pinhais, o povoado vulgarmente conhecido por "Casais Velhos" - que alguns autores têm alguma relutância em denominar de uilla (CARDOSO, G., ENCARNAÇÃO, J. d': 1995, p. 54) - já era conhecida há algum tempo, quando os investigadores Afonso do Paço (1895-1968) e Fausto de Figueiredo iniciaram os primeiros trabalhos de escavação, já durante a primeira metade do século XX, colocando a descoberto alguns vestígios estruturais relativos a edifícios e a um cemitério. Mas apesar desta primeira iniciativa, coube a António de Castelo Branco e a Octávio Reinaldo da Veiga Ferreira (1917-1997) a tarefa de, entre 1968 e 1971, escavar um aqueduto, através do qual se recebia a água proveniente de uma nascente localizada nas proximidades do arqueosítio, bem como um reservatório e a zona termal.
A par da domus com vestíbulo, a pars urbana desta uilla era constituída pelo característico complexo termal composto do frigidarium (para o banho frio), de uma sala tépida de transição e do praefurnium, destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Além disso, foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, tradicionalmente rasgado a céu aberto. Das estruturas que integravam originalmente a pars rustica, foi possível identificar dois silos tapados com lajes circulares e escavados na própria rocha aí existente. Mas terá sido a descoberta de dois compartimentos com pequenas tinas revestidas a opus signinum com encaixe para tampa hermética, aliada ao achamento de uma considerável quantidade de conchas de múrex, que levou alguns especialistas a considerarem a hipótese de os habitantes da uilla se dedicarem de igual modo à indústria da tinturaria, através da produção de púrpura (e estarmos, por conseguinte, perante uma purpuretica), destinada a Roma, aonde chegava através do porto de Olisipo.
Haverá ainda que salientar a existência de vestígios de um muralhado e de um torreão, a testemunhar, no fundo, a fortificação do sítio na Antiguidade. E tal como sucedia nas demais uillae, também a de "Casais Velhos" possuía uma necrópole, com sepulturas do tipo "caixa", delimitadas por esteios afeiçoados em calcário, e com os corpos depositados em decubito dorsal, voltados para Nascente. A escavação destes sepulcros permitiu recolher um vasto espólio associado constituído por recipientes cerâmicos, jóias, armas e moedas, estas últimas atribuídas aos imperadores Flávio Júlio Constâncio II (317-361), Constante (?-350), Teodósio I, o Grande ( Flavius Theodosius) (c. 346-395), Constantino I, o Magno (c. 271-337) e Arcádio (c. 377-408), a sugerir, no fundo, uma ocupação mais duradoura do arqueosítio já no fim do Império Romano do Ocidente.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias9

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