Ponte antiga sobre o Rio Gilão | |||||
Designação | |||||
Designação | Ponte antiga sobre o Rio Gilão | ||||
Outras Designações / Pesquisas | Ponte Antiga sobre o Rio Gilão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Ponte | ||||
Tipologia | Ponte | ||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||
Inventário Temático | |||||
Localização | |||||
Divisão Administrativa | Faro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||
Concelho | Tavira | ||||
Freguesia | Tavira (Santa Maria e Santiago) | ||||
Proteção | |||||
Situação Actual | |||||
Categoria de Protecção | |||||
Cronologia | Decreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986 (ver Decreto) | ||||
ZEP | |||||
Zona "non aedificandi" | |||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||
Património Mundial | |||||
Património Mundial Designação | |||||
Cadastro | |||||
AFECTACAO | 181501 | ||||
Descrição Geral | |||||
Nota Histórico-Artistica | A imagem que, na actualidade, temos da ponte sobre o rio Gilão é muito diferente da que este monumento teve ao longo dos tempos. Ela resulta de uma reconstrução do século XVII, que determinou a quase total supressão das características originais e, depois, medievais, que o conjunto assumiu nos primeiros séculos de existência. Apesar de sabermos que a actual ponte não corresponde ao período romano, não restarão grandes dúvidas sobre a sua construção inicial nesse momento. Mais que as tradições lendárias que assim o indicam, o facto de, ainda hoje, existir uma relativa horizontalidade do tabuleiro e uma sucessão de arcos de volta perfeita, são indícios que podem considerar-se heranças longínquas daquela primeira configuração. Particularmente importante, neste contexto, é a existência de três arcos redondos na secção nascente, de menores dimensões que os restantes e rasgados a uma cota ligeiramente inferior, entendidos como provavelmente a parcela mais antiga conservada (PINTO, 1998, p.180). Documentalmente, porém, a primeira indicação que possuímos data já da Baixa Idade Média, mais propriamente da conquista da cidade aos mouros pelas tropas de D. Afonso III, cuja crónica a refere (ANICA, 1993, p.300). Nessa altura, o monumento estava integrado no sistema defensivo da cidade, ligando-se a ele. Com efeito, a configuração baixo-medieval da ponte englobava, pelo menos duas torres. Do lado da cidade, anexa à muralha, existia a Torre do Mar, cuja função era, precisamente, proteger a passagem do Gilão. De acordo com ANICA, 1989, p.282, nota 10, tinha planta octogonal e seria uma espécie de torre albarrã, ligada à primitiva cerca por uma arcaria, definitivamente destruída em 1883. Sobre a outra torre estamos menos informados, mas é possível que se situasse na extremidade oposta, de acordo com a notícia de George Cardoso, que, em 1666, descreve a passagem como torreada no princípio e no fim. Pela gravura seiscentista da cidade, é muito provável que essa segunda torre se erguesse num poderoso maciço central que existia sensivelmente a meio da ponte. Em 1607, Henrique Fernandes Sarrão noticiou que eram muitas as casas que se encontram no tabuleiro, informação que levou Jorge Sebastião e SILVA, 1993, p.141, a considerar a importância desse maciço no conjunto do monumento. A ser assim, o que a gravura nos deixou terá sido o que restava já dessa antiga estrutura militar medieval, aparentemente já destituída das suas partes altas no século XVII. "Em 1655, havendo aluido os seus pilares do lado Sul, por se ter formado pego entre eles" (ANICA, 1993, p.300), houve a necessidade de se reedificar a estrutura. A obra foi entregue ao Arquitecto Mateus do Couto que optou por suprimir todos os vestígios de fortificação medieval que, por essa altura, ainda pudessem existir na ponte. No lugar do poderoso maciço central, construiu um arco, dotando assim o monumento dos sete que ainda hoje mantém. Uma das maiores preocupações desta empreitada foi o reforço estrutural e sua relação com eventuais novas enchentes. Nesse sentido, os cinco primeiros arcos (que ligam a ponte à margem direita) foram intercalados por grandes talha-mares, de secção triangular a montante e de perfil quadrangular a juzante, verdadeiros contrafortes que se elevam bem acima do pavimento para formar uma série de espaços adicionais que, certamente, permitiriam o cruzamento de carros de tracção animal. Terminada em 1657, a renovada ponte retomou a sua função de ligação privilegiada entre as duas margens. Ao que tudo indica, os séculos seguintes sucederam-se sem grandes reparações ou reformas, não havendo mais que notícias de pontuais trabalhos de manutenção. Em 1989, porém, uma intensa cheia destruiu dois dos arcos da ponte, tendo o exército construído uma passagem metálica provisória, a escassos metros mais a Sul. As obras de reconstrução prolongaram-se até 1992 e englobaram um estudo acerca da configuração a dar ao enrocamento em torno dos pilares. PAF | ||||
Processo | |||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Capela de Nossa Senhora da Piedade Muralhas do Castelo de Tavira | ||||
Outra Classificação | |||||
Nº de Imagens | 11 | ||||
Nº de Bibliografias | 14 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Pontes romanas de Portugal | PINTO, Paulo Mendes | Edição | Lisboa | Data do Editor : 1999 | |
Arqueologia Romana do Algarve | SANTOS, Maria Luisa Estácio da Veiga Afonso dos | Edição | Lisboa | Publicado a 1972 | |
Centros históricos de influência islâmica : Tavira, Faro, Loulé, Silves | COUTINHO, Valdemar | Edição | Portimão | ||
"A ponte como espaço de violência", Actas das I Jornadas de História de Tavira, pp.180-183 | ANICA, Aurízia Félix | Edição | Tavira | ||
Corografia ou memoria economica, estadistica, e topografica do reino do Algarve | LOPES, João Baptista da Silva | Edição | Lisboa | ||
Carta Arqueológica de Portugal: concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim | MARQUES, Maria Teresa Fonseca Correia | Edição | Lisboa | ||
"VI.4. Tavira", Terras da Moura Encantada. Arte islâmica em Portugal, 1999, pp.129-132 | MACIAS, Santiago | Edição | |||
"O território de Balsa na Antiguidade Tardia", Tavira. Território e Poder, catálogo de exposição, pp.105-126 | MACIEL, Manuel Justino Pinheiro | Edição | Lisboa | ||
Notícias históricas de Tavira, 1937 | ANICA, Arnaldo Casimiro | Edição | |||
Notícias históricas de Tavira, 1937 | VASCONCELOS, Damião Augusto de Brito | Edição | |||
Tavira e o seu termo. Memorando histórico | ANICA, Arnaldo Casimiro | Edição | Tavira | ||
"Considerações sobre a gravura seiscentista de Tavira", II Jornadas de História de Tavira, pp.136-143 | SILVA, Jorge Sebastião e | Edição | Tavira | ||
O Algarve islâmico : roteiro por Faro, Loulé, Silves e Tavira | CATARINO, Helena Maria Gomes | Edição | Faro | ||
"Os caminhos da serra e do mar", 90 séculos entre a serra e o mar, pp.311-325 | MANTAS, Vasco Gil | Edição | Lisboa | ||
Pontes Antigas Classificadas | RIBEIRO, Aníbal Soares | Edição | Lisboa |
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